A CDU (PCP-PEV) acusa o Governo de querer encerrar definitivamente o atendimento complementar da Unidade de Saúde Familiar (USF) Lafões, em Oliveira de Frades, suspenso desde Março devido à pandemia de Covid-19.
“Nas entrelinhas da resposta do Governo à pergunta do Partido Ecologista Os Verdes, que integra a CDU, subentende-se que este atendimento não deverá ser retomado”, diz o partido em comunicado enviado às redacções, citando parte dessa resposta: “os horários de funcionamento dos centros de saúde são continuamente ajustados às necessidades, tendo em conta as características da população abrangida e a resposta assistencial existente”.
Para o executivo, “a resposta de proximidade, para casos de doença aguda, aos utentes do município de Oliveira de Frades, fora do horário de funcionamento da USF Lafões, é assegurada pelas alternativas assistenciais previstas na rede nacional de urgência e emergência – em concreto pelo SUB de São Pedro do Sul”, para além do Centro Hospitalar Tondela-Viseu EPE.
A força política diz que “a estratégia passou ao longo dos anos por reduzir valência e serviços no Centro de Saúde, desabituando, conforme foi claro no actual contexto de pandemia, e empurrando os utentes, para o SUB São Pedro do Sul”, acrescentando que “para além do tempo despendido até São Pedro do Sul, 20 a 25 minutos, dos custos de deslocação, por vezes recorrendo ao táxi, acresce o valor a pagar pela taxa moderadora (14,00€) enquanto no Centro de Saúde de Oliveira de Frades os utentes estão dispensados de pagar esta taxa”, como prevê o Orçamento do Estado para 2020.
No final de Junho, após reunião com a Câmara de Oliveira de Frades, a deputada Mariana Silva, do PEV, manifestava a preocupação do partido perante a possibilidade de a pandemia vir a ser “desculpa para retirar serviços e principalmente em áreas do Interior onde há menos população e onde há menos pressão sobre o Governo”.
Na altura, o presidente da autarquia, Paulo Ferreira, adiantou ao nosso jornal que estas consultas iriam continuar suspensas enquanto vigorassem as restrições devido à Covid-19, nomeadamente na triagem de pessoas, explicando que a decisão se devia ao “histórico de procura de serviço” da unidade e à “falta de recursos humanos” para cumprir os critérios de segurança e higiene definidos pelas autoridades.
A CDU (PCP-PEV) de Oliveira de Frades garante que “não baixará os braços e encetará todas as formas de luta necessárias até que seja reposto o horário do atendimento complementar”, de forma a permitir “que os cidadãos tenham acesso aos serviços de saúde diariamente até às 24h00 horas o seu próprio concelho”.
O Notícias de Vouzela tentou obter uma reacção junto da Câmara Municipal, mas não teve resposta até ao momento.