Apesar da difícil situação que atravessamos, ainda surgem, às vezes inesperadamente, coisas positivas (além dos testes ao Covid19, que esses é bom que sejam negativos). Neste último semestre, surgiram sinais da resiliência de Vermilhas em relação ao despovoamento.
Convém esclarecer que falo de Vermilhas, porque é nesta localidade que o despovoamento tem sido mais acentuado. O Carvalhal tem conseguido resistir melhor, como se pode constatar facilmente, comparando o número de crianças e jovens que há em cada uma das localidades.
No passado mês de Setembro dei a notícia de uma família de emigrantes que veio e ficou. Soube, depois, que houve mais três casais que passaram a residir em Vermilhas: um residia em Viseu e veio para uma casa que aqui construiu; outro veio da zona da Grande Lisboa para uma casa que a família cá tinha; um terceiro veio de uma localidade próxima para uma casa que comprou.
Não é razão para embandeirar em arco e deitar foguetes, porque ainda não é o suficiente para inverter a tendência. Mas, como agora vemos e ouvimos falar, com frequência, de gráficos e curvas, a respeito da pandemia, podemos dizer que, neste caso, este acontecimento tem, desde já, o efeito de diminuir a inclinação da curva descendente do gráfico que representa a evolução da população de Vermilhas. Ninguém sabe o que o futuro nos reserva, mas é lícito pensar que aquela cena de “o último a sair apaga a luz” ainda vem muito longe. E eu creio, aliás, que nunca chegará a ocorrer.
José Rodrigues