Cem pessoas votaram, antecipadamente, no concelho de Vouzela, nas eleições em que vai ser escolhido o novo Presidente da República, um acto agendado para este domingo, dia 24. Do total, 90 exerceram o seu direito em regime de mobilidade, no edifício dos Paços do Concelho, e 10 no domicílio, por estarem em confinamento.

Neste último caso, as inscrições terminaram no dia 14, o que vai deixar “largas centenas de pessoas no concelho e milhares em todo o país impedidos de exercer o seu direito democrático”, acusa o Presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira.

“Face à actual conjuntura e à calamidade que estamos a viver no país, na região e também em Vouzela, e que é a maior de que há memória, deveriam ter sido adiadas as eleições presidenciais”, defende o autarca. Não se tendo seguido esta opção, acrescenta, “a Comissão Nacional de Eleições deveria alargar o período de inscrição para o voto antecipado”.

“Estamos a falar de largas centenas de pessoas no concelho de Vouzela e de muitos milhares a nível nacional que ficam impedidos de exercer o seu direito de voto”, salienta, realçando que “quem entrou em confinamento após o dia 14 não vai poder votar”.

Seguindo a estratégia adoptada até ao momento (e que decorreu esta segunda e terça-feiras) e assumida pelos Municípios, Rui Ladeira nota que poderiam ser os funcionários das autarquias “a ir à casa das pessoas, com todas as medidas de protecção, recolher os subscritos”. “Seria importante alargar o modelo que foi instituído até ao próprio dia das eleições, inclusive, com meios idóneos, públicos, municipais, identificados para garantir que toda a gente pode exercer o seu direito, mesmo estando em confinamento ou no cumprimento das regras sanitárias”, defende.

“Está a haver uma grande onda de indignação, por não ser permitido, por parte das entidades competentes, exercer esse direito de voto. O meu sentimento é o de centenas de pessoas no concelho de Vouzela, que me têm abordado como último reduto da questão. Mas o Presidente da Câmara não pode fazer nada porque não tem autonomia nem poder para alterar uma situação que não depende de si”, conclui.