O helicóptero de emergência médica do INEM posicionado, desde 22 de Outubro de 2019, no Aeródromo Municipal de Viseu vai passar a operar, temporariamente, a partir desta quinta-feira, dia 4, no Heliporto de Salemas, em Loures.
O anúncio foi feito, através de comunicado, pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que explicou que a mudança de localização do helicóptero, estacionado no Aeródromo Municipal de Viseu, e anteriormente em Santa Comba Dão, teve como objectivo manter a operacionalidade deste meio aéreo e “sempre no cumprimento estrito de todos os requisitos e normas aplicáveis à operação aeronáutica”.
Segundo o INEM, o helicóptero vai operar a partir de Salemas até que seja implementada uma solução definitiva que permita a certificação num curto espaço de tempo do Heliporto de Santa Comba Dão como base permanente.
O INEM explica que, em Outubro de 2019, “a Babcock (empresa responsável pela gestão da operação, aeronavegabilidade permanente e manutenção do Serviço de Helicópteros de Emergência Médica), informou o Instituto, após notificação da Autoridade Nacional de Aviação Civil, que o helicóptero sediado no heliporto de Santa Comba Dão teria de suspender imediatamente a sua actividade nesta infra-estrutura, uma vez que a mesma não estava certificada como base permanente para emergência médica”. Desse esse período que a aeronave ficou no Aeródromo Municipal de Viseu, embora fosse uma solução limitada no tempo.
“A saída do helicóptero de Santa Comba Dão não resultou de uma decisão do INEM”, frisa ainda o comunicado.
Câmara de Vouzela repudia medida
A decisão motivou, de imediato, críticas, nomeadamente por parte do Presidente da Câmara de Viseu, António Almeida Henriques, uma vez que “maltrata, mais uma vez, os territórios do Interior”.
O autarca, que considera avançar com uma providência cautelar para evitar a alteração, mostrou-se “surpreendido” com o anúncio público do INEM e adiantou que “a autarquia estranha e lamenta” ter tido conhecimento desta decisão “através da comunicação social” e também por a deslocalização “ser já no dia 4 de Junho, para Loures, na Área Metropolitana de Lisboa”.
“O município de Viseu repudia a saída deste importante meio de emergência médica da região, constatando e lamentando os argumentos pouco sólidos que estão na base desta decisão”, adianta o comunicado, que refere ainda que, além da aeronave, a região perde as equipas e a VMER [viatura médica de emergência e reanimação] que estavam afectas”.
Também o Presidente do Conselho Intermunicipal da CIM da Região de Coimbra e do Município de Oliveira do Hospital manifestou o seu desagrado perante a decisão, uma vez que se trata do único helicóptero de socorro que havia no centro do país e que faz a cobertura entre o Douro sul e Peniche e o mar e a fronteira.
As críticas fizeram-se ouvir ainda dos deputados do PSD, eleitos pelo círculo de Viseu. Numa carta dirigida à Ministra da Saúde, Pedro Alves, Fernando Ruas, Carla Antunes Borges e António Lima Costa defendem que se trata de uma “decisão que põe em risco vidas humanas” e de “mais uma demonstração da forma ligeira como o Governo tem lidado com a Região Centro, em particular o interior do país”. Nos documento, os deputados questionam ainda se e quando o helicóptero do INEM voltará a operar a partir do heliporto de Santa Comba Dão.