O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, invocou “três razões essenciais” para renovar o estado de emergência que se vive em Portugal, fruto da pandemia de Covid-19.
Por um lado, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a “tarefa nos lares precisa de mais algum tempo para detectar, despistar, isolar e preservar para quem lá vive e para quem está cá fora”.
O Presidente da República disse ainda que “somos o quarto país da Europa que mais testa por milhão de habitantes. Ainda assim, o número de infectafos fica abaixo dos 20 mil ou 30 mil que admitia há uma quinzena. Mas temos de continuar a estabilizar o número diário de internamentos por forma a assegurar que o SNS se encontrará em condições de responder à evolução do surto em caso de aumento progressivo de contactos sociais”.
A renovação do estado de emergência, notou o Chefe de Estado, “dá tempo e espaço ao Governo de definir critérios, isto é, para estudar e preparar, depois do fim de Abril, a reabertura gradual da sociedade e da economia”. Com o objectivo essencial de “criar segurança aos portugueses, para que possam sair de casa e recuperar, paulatinamente, a sua vida”.
Aos idosos e doentes crónicos deixou uma palavra de sossego, garantindo que não serão menosprezados ou descartados. Aos mais jovens, confessou que lhes admira “a capacidade de reagir ao maior e, para muitos, o mais incompreensível choque” da vida.
Aos autarcas garantiu que “serei o primeiro a testemunhar o essencial papel de proximidade” caso as medidas de salvação pública e tomadas de boa-fé sejam colocadas em questão.
Em relação às expectativas que está a suscitar o mês de Maio, realçou que “tudo dependerá do que conseguirmos atingir até ao final de Abril”. Por um lado, “respeito pelo dever a cumprir” e, por outro, “esperança”. “Quanto mais bem sucessidos formos a cumprir os objetivos da solidificação do combate à crise”, mais facilmente este período será ultrapassado, defendeu, acrescentando que “confiança é a palavra chave”.
“Uma crise na saúde bem encaminhada e uma reabertura bem ponderada dão força à economia e à sociedade, do emprego ao consumo, do investimento ao turismo, da cultura à comunicação social”, frisou, alertando que “se forem menos acauteladas podem colocar problemas à sociedade”.
Embora reconheça que “o cansaço aperta e a esperança espreita”, temos de “resistir a precipitações”. “Bastante está a ser ganho mas ainda nos falta porventura o mais difícil. Não queremos morrer na praia”, realçou.
Como já tinha afirmado anteriormente, para o Presidente da República, Abril será um mês decisivo.
Em relação à opinião positiva que lá fora se tem ouvido sobre a forma como Portugal tem enfrentado a pandemia, Marcelo Rebelo de Sousa salientou: “Sabemos que não é um milagre, mas fruto de muito sacrifício”.