Amanhã, dia em que faria 90 anos, será lançado o último livro de Jaime Gralheiro. “Poesia” dá título à obra que reúne textos poéticos escritos pelo autor entre 1950 e 2014.
O livro conta com prefácios de Fernando Paulo Baptista e de Amadeu Carvalho Homem, que já havia defendido a necessidade de estudar Jaime Gralheiro nas suas multifacetadas formas de intervenção, pois, além da vasta bibliografia que havia publicado, desde a dramaturgia ao romance, com certeza teria deixado um vasto espólio. “O nosso Poeta já não se revolve, já não se perde em flagelações privadas. Antes começa a revoltar-se. Publicamente. Exprime-o de uma forma muito directa, impressivamente sintomática de denúncias futuras: «A gente calar-se é apodrecer; // Dizer que sim é nem chegar a ser! // Por isso grita: não e não! // Estar em desacordo // É a posição // Mais digna e decente!»”, refere Amadeu Carvalho Homem.
Natural de São Pedro do Sul, Jaime Gralheiro, cujo nome ficou eternizado no Cineteatro municipal, foi advogado, dramaturgo, escritor, encenador e político. Morreu, aos 83 anos, a 20 de Junho de 2014. Do seu percurso destacam-se peças como “Na Barca com Mestre Gil”; “Arraia Miúda”; “Homem da Bicicleta” e “Onde Vaz, Luiz?” ou a obra “ A caminho do nunca? Ou Minha Loucura outros que me a tomem…”. Ficou ainda ligado à fundação da Sociedade Particular dos Amigos do Cinema e do “Cénico Grupo de Teatro Popular” de S. Pedro do Sul.