O presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, propõe a criação de um instrumento financeiro regional que permita aos territórios da região captarem produções cinematográficas internacionais. A sugestão foi feita durante a sessão de abertura da 13.ª edição do ART&TUR – Festival Internacional de Cinema de Turismo, que começou esta terça-feira e decorre até sexta no Teatro Viriato, em Viseu.
“Há um grande desafio que poderíamos trabalhar em conjunto: encontrarmos um instrumento regional que possibilite a captação de produções cinematográficas, promovendo a coesão na nossa região através desta indústria dos filmes. Este poderia ser um instrumento poderoso para podermos não só fazer filmes e atrair produtores do mundo inteiro, mas captá-los e fixá-los nos territórios desta região”, sublinhou o responsável, acrescentando que “seria muito importante que fôssemos capazes de implementar esta estratégia inovadora no Centro de Portugal através do programa operacional 2020-2030, de forma a responder a este desafio”.
Antes, Pedro Machado tinha vincado a importância do festival ART&TUR, um “projecto de importância crescente na promoção do Centro de Portugal, ano após ano”. O evento vai exibir um total de 72 filmes de todo o mundo, que podem ser vistos online. A “short list” foi escolhida pelo júri do certame, que é uma das etapas do circuito internacional de festivais que elege, anualmente, as dez melhores películas sobre turismo.
O primeiro dia do ART&TUR foi dedicado aos filmes integrados na competição nacional, antes da vertente internacional, esta quarta e quinta-feira, e da cerimónia de prémios, na sexta.
Durante o festival, as exibições dos filmes são intercaladas com sessões de uma conferência internacional sobre marketing turístico e marcas de destino.
Em paralelo com o evento, mas integrado nele, vai decorrer uma intensa programação cultural em Viseu, destacando-se uma visita guiada à cidade, concertos da Orquestra Filarmónica Portuguesa e Orquestra Filarmónica das Beiras ou como actuações de Moullinex e da fadista Mara Pedro.
O director do ART&TUR, Francisco Dias, elogiou a cooperação do Município de Viseu e destacou que o festival “tem vindo a aumentar em competência e todos os anos tem tentado fazer cada vez melhor, em cidades diferentes”. A 13ª edição vai ficar marcada, necessariamente, pela pandemia. “Temos todos de respeitar as regras em vigor, que são necessárias. Não vamos permitir qualquer associação entre o ART&TUR e a covid-19 num contexto como o atual”, garantiu.
Já o vereador da Cultura da Câmara de Viseu, Jorge Sobrado, sublinhou a forte aposta que a cidade faz neste sector, lembrando que, em 2020, “o cinema e a fotografia são as artes de eleição em Viseu”. Num ano difícil, o desafio é “não desistir de criar” e “a realização deste festival é uma declaração contra a desistência”, frisou.
O Presidente da autarquia, Almeida Henriques, destacou o facto de toda a programação cultural prevista para Viseu em 2020 estar a decorrer, sinal de que “esta cidade sente este tempo que vivemos como poucas”. “A cultura não pode parar”, realçou.