Resultados (faltam apurar apenas os resultados em três consulados): Marcelo Rebelo de Sousa, 60,7%; Ana Gomes 13%; André Ventura, 11,9%; João Ferreira, 4,3%; Marisa Matias, 4%; Mayan Gonçalves; 3,2%; e Vitorino Silva, 2,9%.
Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República, este domingo, dia 24, com 60,70%, uma votação reforçada e a terceira maior percentagem em eleições presidenciais em democracia, a segunda maior numa reeleição. Por outro lado, ganhou em todos os concelhos do país, sendo o primeiro a conseguir esse feito.
Marcelo Rebelo de Sousa, candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP, superou assim o registo de Mário Soares, em 1991, ano em que o na altura recandidato a Presidente da República apenas não conseguiu vencer em nove concelhos, perdendo para Carlos Carvalhas. À data, Carlos Carvalhas, apoiado pelo PCP, bateu o socialista Mário Soares nos concelhos de Alpiarça (distrito de Santarém), Moita (Setúbal), Mora, Avis (Portalegre) Arraiolos, Alandroal, Montemor-o-Novo (Évora), Portel e Cuba (Beja).
Nas presidenciais com maior abstenção desde o 25 de Abril, realizadas no momento mais grave da propagação da covid-19 em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa submeteu-se ao voto como “responsável máximo do Estado e, nessa medida, da gestão da pandemia”, como realçou no seu discurso de vitória, feito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde foi aluno e professor.
Nas palavras que dirigiu ao país, começou por recordar as vítimas da pandemia de Covid-19 em Portugal. “A 2 de novembro, dia da evocação das vítimas da pandemia no Palácio de Belém, havia 2.590 mortos. São agora 10.469. Para eles, assim como para os mortos não Covid, destes quase 11 meses de provação, vai o meu, o nosso primeiro emocionado pensamento”, iniciou.
O presidente reeleito salientou ainda que “são, com os demais que sofreram e sofrem e lutam dia após dia pela vida e a saúde, o retrato do Portugal em que decorreu esta eleição, em plena pandemia agravada em janeiro, com o estado de emergência e confinamento inevitável, com crise económica e social, queda de crescimento e projeção na pobreza e nas desigualdades. Numa Europa e num mundo também a braços com a pandemia de novo a tenderem a fechar fronteiras”.
“Profundamente honrado e agradecido”, Marcelo Rebelo de Sousa destacou que a eleição não foi “um cheque em branco” mas proporcionou inequívocas respostas acerca do nosso futuro imediato”. “A primeira e mais direta foi quanto à escolha feita entre a renovação da confiança no Presidente da República em funções”, destacou.
“Tenho a exata consciência de que a confiança agora renovada é tudo menos um cheque em branco. Quem recebe o mandato tem de continuar a ser um Presidente de todos e de cada um dos portugueses. Um presidente próximo, um presidente que estabilize, um presidente que una, que não seja de uns, os bons, contra os outros, os maus. Que não seja um Presidente de fação”, disse Marcelo.
“Um Presidente que respeite o pluralismo e a diferença. Um Presidente que nunca desista da justiça social”, acrescentou.
O professor catedrático de direito jubilado, de 72 anos, foi reeleito com 2.533.799 votos, quando faltam apurar apenas os resultados em três consulados.