Os bombeiros que estão a combater o incêndios de Antelas, no concelho de Oliveira de Frades, vão tentar aproveitar as “janelas de oportunidade” fornecidas pelo cair da noite, nomeadamente os “períodos mais frescos e com um bocadinho mais de humidade, apesar de pouca”, sublinhou esta segunda-feira ao final da tarde o comandante operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANEPC), coronel Duarte Costa, durante a conferência de imprensa sobre a ocorrência, que teve lugar no Cine-teatro Dr. Morgado.
O incêndio tem agora uma frente activa, “tocada fundamentalmente a vento”, cuja intensidade é agora menor mas que deverá aumentar a meio da noite, segundo as previsões meteorológicas. Duas frentes já estão dominadas e o combate foi entretanto reforçado por um novo grupo de operacionais.
Também uma máquina de rasto vai juntar-se às duas que já estavam no terreno, apoiando assim os quase 400 elementos que estão neste incêndio, que mobiliza ainda cerca de 130 veículos e durante o dia envolveu 12 meios aéreos, o que mostra a sua “grande violência”, destacou o responsável.
Pedro Ferreira “é um herói”
Duarte Costa começou por dar um “forte abraço de solidariedade” à corporação dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades pela morte de Pedro Ferreira, que apelidou de “herói”. O comandante da ANEPC explicou que o jovem da Equipa de Intervenção Permanente (EPI) “agiu dentro daquilo que eram as suas normas e experiência”. “Tendo-se afastado do seu grupo correu para uma zona já queimada à espera de conseguir salvaguardar a sua integridade física, mas o fumo está muito baixo e não lhe permitiu essa situação, vindo a falecer, não apresentando nenhuma queimadura”, referiu.
O coronel lembrou os cinco bombeiros que já faleceram este ano em Portugal no combate ao fogo. “Foi o José Fernandes, foi o Carlos Carvalho, foi o Filipe Pedrosa, foi o Diogo Dias e foi o Pedro Ferreira, agora. São pessoas que deixam família, que deixam amigos e que deixam atrás de si toda uma vivência de poderem contar com eles para aquilo que foi o combate aos incêndios”, sublinhou Duarte Costa.
O responsável apelou aos portugueses para que não usem o fogo, “porque o fogo, como podem ver, mata verdadeiramente”, mas não quis alongar-se sobre a causa do incêndio de Antelas, preferindo esperar pelo inquérito aberto pelo Ministério da Administração Interna.
Duarte Costa lembrou que grande parte do território nacional está em alerta laranja e que há “condições extremamente gravosas de disponibilidade de combustível em toda a região Centro e Norte do país”.
Em actualização