“Se não compreende o funcionamento da aplicação MB WAY, recuse o pagamento por esta via”. É um dos principais conselhos da Guarda Nacional Republicana (GNR) para a utilização deste serviço, que permite fazer pagamentos através do telemóvel.
Numa nota publicada na rede social Facebook, o Comando Territorial de Viseu chama a atenção para as burlas com esta plataforma, em que determinadas pessoas, com o intuito de supostamente pagarem o artigo que a vítima tem à venda e aproveitando-se do desconhecimento desta sobre a forma de funcionamento do MB WAY, “convencem o vendedor a deslocar-se a uma caixa multibanco e a associar o número de telefone do burlão à sua conta, passando este, a partir daqui, a poder efectuar movimentos na mesma”.
Na maioria dos casos, os cartões de telemóvel associados são pré-pagos e sem registos de comprador, impossibilitando a identificação dos burlões, adianta a GNR, acrescentando que as burlas “incidem, sobretudo, em anúncios online para compra e venda de objectos, em sites de artigos usados, designadamente no OLX, Custo Justo, ou outros, deste tipo de comércio”.
A força de segurança recomenda aos cidadãos que tentem sempre fazer os negócios de forma presencial, se estiverem na mesma área geográfica do comprador. Não sendo possível, devem procurar receber os pagamentos presencialmente ou por transferência bancária.
Segundo a GNR, as pessoas não devem seguir as instruções de desconhecidos para fazer pagamentos por MB WAY e nunca devem associar o número de telefone de terceiros ao seu PIN. Em caso de dúvida, devem contactar o respectivo banco antes de utilizar a aplicação.
Durante os primeiros quatro meses deste ano, as forças de segurança receberam 4.111 queixas por burla com a aplicação MB WAY, segundo informação avançada na quarta-feira pelo jornal “Correio da Manhã”, que revela que os lesados terão perdido cerca de 3,5 milhões de euros.
O número de denúncias representa um aumento significativo face a todo o ano de 2019, em que houve 1.109 situações reportadas às autoridades.
As denúncias que a GNR recebeu desde o passado mês de Janeiro foram associadas 1.681 vítimas. Ao todo, foram identificadas 127 pessoas suspeitas.