VOUZELA, 10 de Fevereiro de 2025
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Espanha recua e só reabre fronteiras a 1 de Julho

4 de Junho 2020

O Governo espanhol recuou e anunciou, esta quinta-feira, que a abertura das fronteiras à “mobilidade internacional segura” terá lugar a partir de 1 de Julho e não a 22 de Junho, como tinha dito, esta manhã, a ministra do Turismo.

A mudança de posição do país vizinho acontece depois de o Governo português, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, se ter mostrado “surpreendido” com as declarações da ministra da Indústria, Comércio e Turismo espanhola, Reyes Maroto, e ter declarado que “quem decide sobre a abertura da fronteira portuguesa é naturalmente Portugal, e Portugal quer fazê-lo em coordenação estreita com o único Estado com o qual tem uma fronteira terrestre, Espanha”.

Numa nota do Executivo de Pedro Sánchez pode ler-se que “em conformidade com o princípio da progressividade, e tendo em conta os compromissos anunciados de reabertura do turismo internacional, a mobilidade internacional segura terá lugar a partir de 1 de julho”. O documento adianta ainda que, a partir do final do estado de emergência, à meia-noite de 20 de junho, o que se restabelece será “a mobilidade dentro do território nacional” espanhol, e que os controlos nas fronteiras internas terrestres, aéreas e marítimas “poderão prorrogar-se para além do estado de emergência”.

Na nota, é ainda reiterado o “contacto permanente” com a Comissão Europeia e os Estados-membros para “coordenar e harmonizar a eliminação progressiva das restrições aos controlos nas fronteiras intraeuropeias”.

 

Questão “não está ainda definida”

As palavras do ministro do Negócios Estrangeiros português foram reiteradas, ao início desta tarde, pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, que, na conferência de imprensa diária de balanço sobre a pandemia de covid-19 em Portugal, disse que a reabertura de fronteiras “não está ainda definida”.

“Essa questão não está ainda definida. Esse tipo de decisões depende de uma articulação, no caso da Espanha, entre o nosso ministro da Administração Interna, ministro dos Negócios Estrangeiros e o ministro do Interior espanhol e com certeza que não haverá nenhuma decisão sem a concordância de todas as partes. É uma decisão que está a ser ponderada e avaliada e estudada”, disse António Lacerda Sales.

O governante foi também convidado a explicar como está a ser feito o controlo de passageiros e sintomas nos aeroportos e quais as medidas que virão a ser implementadas, tendo referido que “estão a ser estudadas novas formas” para acompanhar o “possível aumento de voos”, mas sem especificar quais.

“Estivemos a fazer controlo de temperaturas nos aeroportos. Neste momento, dada a redução dos voos mantém-se algum controlo, mas já não com equipas do INEM que foram retiradas, mas ficaram em segunda linha de prevenção. Obviamente que com o potencial aumento de reabertura, terão de ser estudadas novas formas de poder fazer esse controlo”, descreveu.

Portugal contabiliza pelo menos 1.455 mortos associados à covid-19 em 33.592 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.

Relativamente ao dia anterior, há mais oito mortos (+0,6%) e mais 331 casos de infeção (+1%).

O número de pessoas hospitalizadas subiu 428 para 445, das quais 58 se encontram em unidades de cuidados intensivos (mais duas).


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