O concelho de Oliveira de Frades mantém os sete casos de infecção por COVID-19 e São Pedro do Sul três, segundo o mais recente relatório da Direcção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta segunda-feira.
Vouzela continua a não aparecer no boletim, o que não significa que não haja infectados, uma vez que, por razões de confidencialidade, a DGS apenas divulga os números dos concelhos com pelo menos três casos confirmados.
Em termos globais, Portugal regista agora 140 mortes por COVID-19 – mais 21 do que ontem – e 6.408 casos de infecção (mais 446), um aumento de 7,5%, o que corresponde à mais baixa taxa de crescimento de casos de um dia para o outro desde o agravamento do surto, registado a 10 de Março.
As pessoas recuperadas continuam a ser 43, indica o relatório, que dá conta de 4.845 cidadãos a aguardar resultado laboratorial, 571 internados e 164 nos cuidados intensivos (mais 26 do que no domingo). Os casos suspeitos são neste momento 44.206 e as autoridades de saúde estão a vigiar 11.482 pessoas.
O Norte do país continua a ser a região com mais casos, 3801, e mais mortes, 74. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo, com 1577 casos e 30 mortes, a região Centro (784 casos-30 mortes), o Alentejo (45 – 0), e o Algarve (118-2). Na Madeira, 44 pessoas estão infectadas e nos Açores 41, não havendo registo de qualquer óbito nos dois arquipélagos.
Das 140 vítimas mortais, 85 tinham 80 anos ou mais e, destas, 45 eram homens e 40 mulheres. A faixa etária entre os 70 e os 79 anos regista 31 óbitos (23 homens e oito mulheres), ao passo que dos 60 aos 69 anos há a lamentar 16 mortes: 15 homens e uma mulher.
Estado de emergência deverá ser prolongado
O primeiro-ministro, António Costa, reforçou este segunda-feira que Portugal deve manter as medidas de contenção da pandemia actualmente em vigor, com ou sem estado de emergência – que termina às 23h59 do dia 2 de Abril – , porque , diz, “temos tido sucesso a baixar o pico desta pandemia” e, devendo este registar-se mais tarde, também se devem prolongar as medidas.
Costa adiantou que durante esta semana as várias entidades vão ponderar a melhor forma de prolongar o estado de emergência, deixando nas entrelinhas que vai ser mesmo renovado.
O governante alertou que Abril vai ser um mês crítico e argumentou que os hospitais têm vindo a dar resposta, mas que, com a evolução prevista da doença, vão ser necessárias estruturas de retaguarda, como é o caso do hospital militar que está a ser recuperado, na Ajuda, em Lisboa, e que o primeiro-ministro visitou hoje.
Páscoa vai ser diferente
“Devemos desejar o melhor, mas estar preparado para o pior”, afirmou Costa, que lembrou a importância dos testes que começam a ser feitos aos lares de idosos, dizendo que são essenciais para “separar o quanto antes” as pessoas infectadas das que não estão.
O governante notou ainda que este ano a Páscoa vai ter de ser diferente. “Não podem ir à terra, não podem ir para o Algarve”, exemplificou. “É um sacrifício que todos temos de fazer, para nos salvarmos”, alertou.
No que respeita aos donativos, o primeiro-ministro referiu que a “boa vontade é fundamental, mas deve ser organizada”. Costa pediu que os apoios da população sejam organizados através das administrações regionais de saúde (ARS), para que não haja oferta a mais onde não é necessária e a menos onde é essencial, sublinhando que o país deve, a este propósito, aprender com o que aconteceu, por exemplo, nos grandes incêndios de 2017.