Foi a enterrar nesta quarta-feira passada, no cemitério de Paços de Vilharigues, com o acompanhamento de centenas de pessoas, a engenheira Carmo Bica, falecida em Lisboa no princípio da semana, na sequência de uma doença oncológica que a levou aos 57 anos. Militante política e muito lutadora nas causas sociais, muito activa, Carmo Bica terá sido das figuras públicas que, sendo de Vouzela, melhor se identificou com Lafões no seu todo, tendo da região uma visão global que ia além da realidade e dimensão concelhias. Militante do Bloco de Esquerda (BE), como fora antes simpatizante de outras forças de esquerda, soube sempre conciliar com elegância a sua militância cívica e política com o fino trato como se relacionava com a comunidade em geral e com as pessoas singulares em especial, mesmo com aquelas que não partilhavam dos seus ideais. Uma mulher que amava Lafões como poucos, uma mulher que Lafões respeitava e apreciava pela sua envolvência nas causas em que acreditava. Terá sido em nome disso que a Câmara de Vouzela decretou dois dias de luto (terça e quarta-feira), interpretando com emoção a morte de Carmo Bica que a todos surpreendeu, já que se manteve activa até perto do seu fim, resistindo enquanto e quanto pôde, aos ditames de um destino nem sempre grato, raras vezes justo.
Lino Vinhal