VOUZELA, 22 de Janeiro de 2025
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BMW 327 Cabriolet de 1938 reforça colecção automóvel do Museu do Caramulo

25 de Novembro 2020

A colecção automóvel do Museu do Caramulo foi recentemente reforçada com um BMW 327 Cabriolet de 1938. É o primeiro exemplar da marca alemã a entrar para o espólio permanente de carros da instituição.

O veículo, doado por Ricardo Sáragga, pertence a um modelo que é recordista de vendas pré-guerra e foi produzido num dos períodos dourados da indústria automóvel.

O carro foi inicialmente lançado em 1937, com carroçaria tipo cabriolet, sendo que, à época do lançamento, ainda era possível adquiri-lo na versão coupé. O seu motor de seis cilindros de maior capacidade dispunha de 1971cc e debitava 60cv.

“Entre os entusiastas da marca, há o entendimento que este modelo terá sempre sido ofuscado pelo irmão mais velho, o mais rápido, leve e compacto 328, lançado um ano antes. Ainda assim, na sua época, foi este o modelo recordista de vendas da marca, com 1396 unidades produzidas entre 1937 e 1941, incluindo a retoma de produção após 1945”, explica o Museu do Caramulo.

Segundo a instituição, o sucesso de vendas deve-se muito ao facto de este modelo dispor de quatro verdadeiros lugares, ao contrário do seu antecessor. “Ainda que menos potente e ágil do que o 328, revelava-se uma opção mais confortável e refinada, que acabou por conquistar um público-alvo mais amplo na Alemanha do período pré-guerra”.

Carros construídos maioritariamente à mão

A década de 1930 foi um momento de viragem para a indústria automóvel, que abandonou o figurino original da carruagem de cavalos, dando-se início ao design contemporâneo, do qual este modelo é um dos melhores exemplos.

No entanto, os processos de produção ainda não acompanhavam o carácter vanguardista do BMW 327 Cabriolet. A fábrica de Eisenach, onde a BMW produzia este carro, não conseguia fazê-lo em larga escala, “e o investimento necessário para operar tais mudanças era difícil de justificar numa Alemanha onde poucos poderiam imaginar sequer a compra de um automóvel próprio”, explica a instituição.

Todos os BMW daquela época eram, por isso, maioritariamente construídos à mão, por “habilidosos artesãos, cuja mão-de-obra e detalhe encareciam o produto final”. O elevado valor proposto “era apenas acessível a clientes particularmente abastados, que ao não conseguirem resistir ao desenho moderno e apelativo do 327, acabavam por despender 7450 reichsmarks pela versão coupé, e 7500 pela versão cabriolet”.

Para o Presidente da Direcção do Museu do Caramulo, Salvador Patrício Gouveia, “o BMW 327 Cabriolet vem dar um novo sabor” à coleccção automóvel da instituição, “na medida em que, além de se tratar de uma marca que não estava actualmente presente na exposição, o modelo foi produzido na década de 30, um dos períodos dourados da indústria automóvel”.


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