Paula Alves é a 11ª mulher assassinada este ano em Portugal por actuais ou ex-companheiros, num flagelo social que regista mais de 500 vítimas mortais nos últimos 15 anos, segundo os dados do Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA).
Em meados de Agosto, este grupo de trabalho revelou que em 2020 houve dez “femicídios íntimos”, associados a relações de intimidade actuais, passadas ou pretendidas.
Segundo os números recolhidos até ao dia 15 desse mês, com base em notícias de mulheres assassinadas e de tentativas de assassinato, registaram-se ainda 25 tentativas de femicídio em contexto de intimidade, dois homicídios na forma tentada de filhos contra mães, uma tentativa “por motivos de género” e outra por razões financeiras.
O mesmo relatório dá conta de dez assassinatos de mulheres noutros contextos, por motivos financeiros, na sequência de assalto ou outros.
O OMA, que é um grupo de trabalho da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), diz que é urgente “um investimento numa análise sobre o femicídio e a sua tentativa a partir de um olhar especializado e aprofundado, para prevenir futuros assassinatos”.
Num comunicado divulgado aquando da apresentação dos números, o OMA realça a importância de as vítimas serem informadas sobre as ajudas que têm à disposição e incentivadas a procurar apoio, que existe em todo o país, lembrando o contacto do Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica, 800 202 148, um número “gratuito, confidencial e está disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano”.
Em 2019, 30 mulheres foram assassinadas em Portugal em contexto de violência doméstica.