Conto-vos a história do laço azul, com um olhar de sensibilização aos maus-tratos contra crianças e jovens. Em 1989, nos Estados Unidos da América, uma avó amarrou uma fita azul à antena do seu carro devido à trágica história dos maus tratos à sua neta, cometidos pela mãe das crianças e pelo companheiro. O seu neto já tinha sido morto em consequência de eventos semelhantes. Relativamente à cor azul, a mesma dizia que simbolizava as nódoas negras nos corpos dos seus netos.

Segundo a APAV em 2021, por ano 1959 crianças são vítimas de violência e maus-tratos, tendo vindo a aumentar os casos (14,8%) face aos anos de 2019 (12,5%) e de 2020 (13,8%). O perfil destas crianças e jovens é que são maioritariamente do sexo feminino (59%), com média de idades de 11 anos. A sua relação com o autor/a do crime é filho/a (26,3%) e 70% das situações dizem respeito a atos de violência física e psicológica em contexto doméstico. Ou seja, a casa que devia ser um espaço de segurança, é transformada num cenário de violência a que estas são expostas, direta ou indiretamente. São os homens os principais agressores (60,9%), situando-se na faixa etária entre os 25 e os 54 anos (23,7%). Logo a seguir à violência doméstica, o crime mais cometido é o crime sexual contra crianças representando 5,5% de todos os crimes.

Assim, é essencial que cada pessoa esteja atenta a quaisquer sinais de alerta de crianças/jovens que estejam a sofrer maus tratos, de forma a atuar precocemente e protege-los de consequências físicas, psicológicas e sociais. Vulnerabilidade, reações de pânico, sensação de morte ou pesadelo, a desorientação geral, o sentimento de solidão e o estado de choque, são reações comuns nas vítimas de crime e não é diferente nas crianças.

Em abril, e sempre, todos temos o dever de proteger as crianças e jovens e de prevenir qualquer forma de violência. Somos todos agentes muito importantes na segurança de todos os elementos da nossa comunidade.

Cuidar e proteger, ajuda-nos a crescer! Denuncia e usa o laço azul!

  Unidade de Cuidados na Comunidade de Lafões

Aluna de Enfermagem Marta Izes