O Governo prevê lançar um concurso público, através de verbas do Portugal 2030, para dotar de banda larga os territórios do interior que ficarem nas “zonas brancas” na sequência do 5G, disse esta terça-feira a ministra da Coesão Territorial.
“Não adianta dizer às empresas ‘venham trabalhar para cá’, não adianta dizer às pessoas ‘venham viver para cá’, não adianta falar do tele-trabalho, não adianta falar da tele-saúde e da tele-assistência, nem do turismo, se depois não tivermos acesso à banda larga fixa e móvel”, explicou Ana Abrunhosa.
Numa audição na Comissão de Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e Poder Local, na Assembleia da República, a ministra da Coesão Territorial adiantou que o Governo tem previsto fazer, à semelhança do que foi feito no QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional, um concurso público para dotar de banda larga os territórios do interior que ficarem nas “zonas brancas” (ou zonas sombra, sem cobertura) na sequência do concurso do 5G.
“É uma prioridade deste Governo e tem de ser feita mal tenhamos o Portugal 2030 aprovado, porque não está previsto no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”, afirmou Ana Abrunhosa, acrescentando que a instalação de banda larga nos territórios do interior, “desejavelmente, deve ser dos primeiros concursos”.
A titular da pasta da Coesão Territorial explicou que a ideia é que, paralelamente aos investimentos no 5G, os territórios do interior “sejam beneficiados daquilo que hoje deve ser uma commodity, algo que não se sente falta, que não se dá conta, mas que está lá”, referindo-se ao acesso à rede de internet.